quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A Promessa de uma Bênção Universal

O próximo passo em nosso estudo é constatar que o derramamento ou batismo do Espírito não é somente uma bênção diferente, especial, para esta nova era (por não ter estado disponível antes), mas também é uma bênção universal (por ser agora direito recebido por todos os filhos de Deus). Isto já transpareceu no fato de que ele é parte da salvação que Deus nos concedeu por meio de Cristo. Todavia, há ainda outras evidências que o confirmam.
A primeira é a profecia de Joel e como Pedro a entendeu. A ênfase na promessa de Deus através de Joel está na universalidade do dom do Espírito. Veja os termos em que Pedro a citou: "E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne" (Atos 2:17). Isto não pode estar se referindo a "toda a carne", seja qual for sua disposição interior de receber o dom, seu arrependimento e sua fé; refere-se a "toda a carne", independente de sua posição ou privilégios exteriores. Indica que não haverá distinção de sexo ou idade, dignidade ou raça no recebimento deste dom divino, porque tanto filhos como filhas, jovens ou idosos, servos ou servas, e mesmo "todos os que ainda estão longe" (v. 39) o que se refere aos gentios, irão recebê-lo. Ainda mais: independente de idade, sexo, raça e classe social, o dom inclui todos os que se arrependem e crêem.
No tempo do Antigo Testamento, apesar de todos os crentes serem realmente regenerados,5 o Espírito Santo vinha sobre pessoas especiais para ministérios especiais em épocas especiais. Ele ainda capacita pessoas especiais para tarefas especiais, como veremos mais adiante. Porém, agora este ministério é mais amplo e profundo do que jamais foi em tempos do Antigo Testamento. Então, qual é a diferença entre o ministério do Espírito nos dias do Antigo Testamento e os nossos dias?
Em primeiro lugar, todos os crentes, de todas as raças, participam agora da bênção do Espírito. Em segundo lugar, apesar de os crentes do Antigo Testamento terem conhecido a Deus e experimentado um novo nascimento, a presença do Espírito, morando agora nos crentes, é algo que eles nunca presenciaram, e que faz parte da nova aliança e do reino de Deus, profetizado tanto pelos profetas como pelo Senhor Jesus (Jer. 31:33, Ezeq. 36:26, 27; João 14:16, 17; Rom. 14:17), Em terceiro lugar, a obra diferente do Espírito Santo se relaciona essencialmente com Jesus Cristo. Vimos acima que ele, em seu ministério de santificação, revela Cristo aos crentes e forma Cristo nos crentes, e isto, pela natureza do assunto, ele não poderia ter feito antes que Cristo viesse (veja João 16:14; Gál. 4:19; Efés. 3:16, 17).
Pedro entendeu que a profecia de Joel prometia este dom ou batismo do Espírito a todos os crentes; isto parece claro da conclusão do seu grande sermão (Atos 2:38, 39), onde ele aplica a passagem aos seus ouvintes: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros (para nós também) é a promessa (que nós herdamos, veja v. 33) para vossos filhos, e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar". Esta última sentença é uma afirmação muito clara e impressionante. Quer dizer que a promessa do "dom" ou "batismo" do Espírito é para tantos quantos o Senhor nosso Deus chamar. A promessa de Deus está ligada à vocação de Deus. Todos os que acatam o chamado de Deus herdam a promessa divina.
(Batismo e Plenitude do Espírito Santo - John R.W. Stott. Pg.30)

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