segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Fé em Geral

O vocábulo “fé” não é um termo exclusivamente religioso e teológico. É empregado muitas vezes no sentido geral e não religioso, e mesmo assim tem mais de uma conotação. Os seguintes usos do termo merecem particular atenção. Ele pode denotar:
1. FÉ COMO POUCO MAIS QUE MERA OPINIÃO. A palavra “fé” é utilizada às vezes num sentido solto e popular, para indicar uma persuasão da verdade que é mais forte que uma simples opinião e , todavia, mais fraca que o conhecimento. Mesmo Locke definiu a fé como “o assentimento da mente a proposições que são prováveis , mas não certamente, verdadeiras”. Em linguagem popular , muitas vezes dizemos algo de que não estamos absolutamente certos mas que, ao mesmo tempo, nos sentimos constrangidos a reconhecer como verdadeiro: “Creio , mas não tenho certeza”. Conseqüentemente , alguns filósofos viram a característica distintiva da fé no grau menor de certeza que ela dá (Locke , Hume , Kant, e outros).
2. FÉ COMO CERTEZA IMEDIATA. Com relação à ciência , muitas vezes se descreve a fé como certeza imediata . Há uma certeza que o homem pode obter por meio de percepção , da experiência e da dedução lógica, mas há também uma certeza intuitiva. Em toda ciência há axiomas que não podem sr demonstrados e convicções intuitivas que não são adquiridas pela percepção ou pela dedução lógica. Diz o dr. Bavinck: “He gebied der onmiddelijke zekerheid is veel grooter dan dat der demonstratieve, em deze laatste is altijd weer op de eerste gebouwd, em staat em valt met deze. Ook is deze intuitieve zekerheid niet minder maar grooter dn die, welke langs den weg van waarneming en logische demonstratie verkregen wordt”. A esfera da certeza imediata é maior que a da certeza demonstrativa. Em ambos os casos ora mencionados, a fé é considerada exclusivamente como uma atividade do intelecto.
3. FÉ COMO CONVICÇÃO BASEADA EM TESTEMUNHO E INCLUINDO CONFIANÇA. No linguajar comum a palavra “fé” é empregada muitas vezes para denotar a convicção de que o testemunho de outro é veraz, e de que o que ele promete será feito; convicção baseada unicamente em sua reconhecida veracidade e fidelidade. É realmente uma confiante aceitação do que outro diz, com base na confiança que ele inspira. E esta fé, esta convicção baseada na confiança, muitas vezes leva a uma confiança suplementar: confiança num amigo em tempo de necessidade, na capacidade que um médico tem para dar ajuda nas ocasiões de doenças, na de um piloto para guiar o navio até o porto, e assim por diante. Neste caso, a fé é mais que simples produto do intelecto. A vontade é posta em ação, e o elemento de confiança vem para o primeiro plano.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 500)

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