segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Conceito Católico Romano de Fé

Três pontos merecem a nossa atenção aqui:
1. A igreja de Roma oblitera a distinção entre a fé histórica e a fé salvadora ensinando que a fé consiste num simples assentimento às doutrinas da igreja. Esta fé é um dos sete preparativos para a justificação que se dá no batismo, e, portanto, precede a este necessariamente; mas, como uma atividade puramente intelectual, naturalmente não leva à salvação. Um homem pode ter a fé verdadeira, isto é, a fé bíblica, e, contudo, estar perdido. Até este ponto a igreja de Roma aplica o seu princípio de exteriorização também à fé.
2. este conceito retira virtualmente da fé o elemento de conhecimento. Alguém poderá ser considerado um crente verdadeiro, se tão somente estiver pronto a crer naquilo que a igreja ensina, sem saber realmente do que se trata. Tal fé é chamada fides implícita (fé implícita), em distinção da fides explicita (fé explicita), que inclui conhecimento. Com o ensino de que é suficiente acreditar no que a ecclesia docens ensina, a Igreja Católica Romana aplica o princípio do clericalismo.
3. Há ainda outro ponto que caracteriza a doutrina católica romana da fé, a saber, a distinção entre a fides informis e a fides formata. Aquela é o mero assentimento à doutrina, ao passo que a outra é uma fé que inclui o amor como um princípio formativo, e é aperfeiçoada pelo amor. Esta, segundo o romanismo, é a fé que realmente justifica.
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA: 1. Qual era o conceito de fé na Igreja Primitiva? 2. O conceito de Agostinho diferia do dos chamados pais primitivos? 3. Como surgiu a distinção entre uma fides informis e uma fides formata? 4. Como Lutero e Calvino diferiam quanto à ordem que se deve dar à fé e ao arrependimento? 5. Os luteranos e os reformados concordam quanto à ordem da fé e da regeneração? 6. Por que é importante manter a ordem certa? 7. Como surgiu a distinção entre os actus e o habitus da fé, e pro que essa distinção é importante? 8. Haverá ocasião em que a proposição, “Sou salvo”, é objeto da fé salvadora? 9. Que concepção de fé se acha em Schleiermacher e Ritschl? 10. Por que é muito próprio que a salvação dependa da fé? 11. Como o excessivo ativismo de Barth afeta a sua doutrina da fé? 12. Que quer ele dizer quando afirma que o homem nunca é crente ou cristão, mas sempre pecador? 13. Como explicar a sua negação de que a fé inclui segurança?
BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA: Bavinck, Geref. Dogm. IV, p. 83-127; Kuyper, Dict. Dogm., De Salute, p. 98-131; ibid., Het Werk van den Heiligen Geest II, p. 233-297; Vos, Geref. Dogm. IV, p. 82-154; Hodge, Syst. Theol. III, p. 41-113; Shedd, Dogm Theol. II, p. 531-534; Dabney, Syst. And Polem. Theol. III, p. 600-612; McPherson, Chr. Dogm., p. 388-393; Schmid, Doct. Theol. Of the Ev. Luth. Ch., p. 416-430; Valentine, Chr. Theol. II, p. 232-241; Kaftan, Dogm., p. 656-681; Litton, Introd. To Dogm. Theol., p. 282-296; Pope, Chr. Theol. II, p. 376-385; Pictet, Theol., p. 298-309; Inge, Faith and Its Psychology; Machen, What is Faith?; O’Brian, The Nature and Effects of Faith; Moehler, Symbolism or Doctrinal Differences; Bavinck, De Zekerheid des Geloofs; Berkhof, The Assurance of Faith; Wernecke, “Faith” in the New Testament; Warfield, The Biblical Doctrine of Faith (em Biblical Doctrines, VIII).
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 509)

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