quinta-feira, 17 de julho de 2014

Princípios para uma cosmovisão bíblica – Introdução

Por: John MacArthur Jr.

No Movimento de Jesus de 1960 e 1970, o sinal One
way [Mão única] — o dedo indicador levantado — se tomou
um ícone popular. Adesivos de pára-choques e alfinetes de
lapela com os dizeres One way eram encontrados em toda
parte e o slogan se tomou as palavras identificadoras dos
evangélicos.
O movimento evangélico naqueles dias era
extremamente diversificado (De certa forma era ainda mais
eclético do que é atualmente). Ele incluía tudo desde o Povo
de Jesus, que era parte integral da cultura jovem daquela
época, aos fundamentalistas da direita, que desprezavam
tudo o que fosse contemporâneo. Contudo, todos tinham pelo
menos uma coisa importante em comum: Eles sabiam que
Jesus Cristo é o único caminho para o céu. A One way
parecia uma crença inabalável de todos os evangélicos.
Esse já não é mais o caso. O movimento evangélico da
atualidade não está mais unido em torno desse ponto. Alguns
que se denominam evangélicos andam insistindo
abertamente que a fé só em Jesus não é o único caminho
para o céu. Eles agora estão convencidos que os povos de
todas as crenças estarão no céu. Outros simplesmente estão
acovardados, constrangidos ou hesitantes em afirmar a
exclusividade do evangelho numa época em que o
exclusivismo, pluralismo e tolerância são tidos pelo mundo
secular como virtudes supremas. Eles pensam que seria um
tremendo fora cultural declarar que o Cristianismo é a única
verdade e que todas as outras crenças são erradas.
Aparentemente o maior medo que o movimento evangélico
tem hoje em dia é de ser visto como posicionado em
desarmonia com o mundo.
Por que se deu essa dramática mudança?
Por que o movimento evangélico abandonou aquilo que
outrora aceitava como verdade? Eu creio que é porque, em
sua busca desesperada pelo relevante e atual (na moda), os
líderes da igreja na verdade não conseguiram ver para onde
se encaminha o mundo contemporâneo e por quê.
Nós não estamos mais vivendo no mundo moderno. Este
é o mundo pós-moderno. E o pós modernismo é tão hostil à
verdade do Cristianismo quanto o foi o modernismo — talvez
mais ainda. As questões filosóficas são diferentes, mas a hostilidade
do mundo para com a verdade das Escrituras não
diminuiu nem um pouco.
Este não é o momento de se fazer amizade com o
mundo. E certamente não é tempo de capitular aos gritos do
mundo por pluralismo e inc1usivismo. A menos que
recuperemos nossa convicção de que Cristo é o único
caminho para o céu, o movimento evangélico se tornará cada
vez mais fraco e irrelevante.
É irônico que tantos que estão demolindo a
exclusividade de Cristo, assim fazem porque acreditam que
isso é uma barreira à "relevância". Na verdade, o Cristianismo
não é relevante de modo algum se ele for apenas um dos
muitos caminhos para Deus. A relevância do evangelho tem
sido sempre sua exclusividade absoluta, sumariada na
verdade que só Cristo fez a expiação pelo pecado e, portanto,
só Cristo pode fazer a reconciliação com Deus daqueles que
crêem somente nele.
A igreja primitiva pregou a Cristo crucificado, sabendo
que a mensagem era uma pedra de tropeço para os judeus
religiosos e loucura para os gregos filósofos (1Co 1.23). Nós
precisamos recuperar essa ousadia apostólica. Nós
precisamos lembrar que pecadores não são ganhos através
de relações públicas bem engendradas, mas o evangelho —
uma mensagem inerentemente exclusiva — é o poder de
Deus para a salvação.
Este pequeno livro deve ser um lembrete da distinção do
evangelho. Justamente esta estreiteza coloca o Cristianismo à
parte de qualquer outra cosmovisão. Afinal de contas, o
ponto central do sermão melhor conhecido de Jesus foi
declarar que a estrada para a destruição é larga e bem
viajada, enquanto que a estrada da vida é tão estreita que
poucos a encontram (Mt 7.14). Nossa obrigação como
embaixadores de Deus é justamente apontar a estrada tão
estreita. Cristo é, ele mesmo, o único caminho para Deus, e
obscurecer o fato é, na realidade, negar Cristo e desacreditar
o evangelho em si.
Devemos resistir à tendência de sermos absorvidos nas
modas e modismos do pensamento humano. Nós precisamos
enfatizar, não diminuir, o que torna o Cristianismo único. E
para fazer isso de modo eficaz nós precisamos ter uma
melhor compreensão de como o pensamento do mundo está
ameaçando a sã doutrina na igreja. Devemos ser capazes de
apontar exatamente onde a estrada estreita se afasta da
estrada larga.
É para esta finalidade que eu ofereço este pequeno
volume. É apenas uma breve resenha, mas minha oração é
que ele ajude a estabelecer a verdade do evangelho em
contraste claro para com a sabedoria deste mundo. "Ninguém
se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio
neste século, faça-se estulto para se tornar sábio”. Porque a
sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto
está escrito:
"Ele apanha os sábios na própria astúcia
deles" (1Co 3.18,19).
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e
a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim. (Jo 14.6)
(Princípios para uma cosmovisão bíblica – John MacArthur. Pg.4)

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