segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A INTERPRETAÇÃO DE GN 1.1, 2

Alguns consideram Gn 1.1 como sobrescrito ou título da narrativa completa da criação. Mas isso é objetável, por três razões: (a) por que a narrativa subseqüente está ligada ao versículo primeiro pela conjunção hebraica waw, ou vav (e), o que não aconteceria se o versículo primeiro fosse um título; (b) porque, com base nessa suposição, não haveria relato de nenhuma espécie da criação original e imediata; e (c) visto que os versículos subseqüentes não contém nenhum relato da criação dos céus. A interpretação mais geralmente aceita é que Gn 1.1 registra a criação original e imediata do universo, hebraisticamente chamado “céus e terra”. Nesta expressão, a palavra “céus” refere-se à ordem invisível das coisas nas quais a glória de Deus se revela de maneira a mais perfeita. O termo não pode ser considerado como um designativo dos céus cósmicos, quer das nuvens quer dos astros, pois estes foram criados no segundo e no quarto dia da obra criadora. Em seguida, no versículo 2, o autor descreve a condição originária da terra (comp. Sl 104.5, 6). É uma questão discutível, se a criação original da matéria fazia parte da obra do primeiro dia, ou se estava separada desta por um período de tempo mais curto ou mais longo. Dos que interpõem um longo período entre ambas, uns sustentam que o mundo era originariamente um lugar de habitação de anjos, foi destruído como resultado de uma queda ocorrida no mundo angélico, e foi então reclamado e transformado numa adequada habitação para os homens. Referir-nos-emos a esta teoria da restituição noutro contexto.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof)

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