segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O GOVERNO DE DEUS

1. NATUREZA DO GOVERNO DIVINO. Pode-se definir o governo divino como a continua atividade de Deus pela qual Ele rege todas as coisas teleologicamente a fim de garantir a realização do propósito divino. Este governo não é uma simples parte da providencia divina, mas, como no caso da preservação e da concorrência, é toda ela, mas agora considera sob o ponto de vista do fim para o qual Deus guia todas as coisas da criação, a saber, a gloria do Seu nome.
a. É o governo de Deus como o Rei do universo. Nos dias presentes muitos consideram a idéia de Deus como Rei uma noção antiquada do Velho Testamento, e a querem substituir pela idéia neotestamentária de Deus como Pai. A idéia da soberania divina deve dar lugar à do amor divino. Julgar-se que esta se harmoniza com a idéia progressiva de Deus na Escritura. Mas é um erro pensar que a revelação divina, conforme se eleva a níveis mais altos, tenciona fazer com que nos desapeguemos aos poucos da idéia de Deus como de Deus como Rei e a substituamos pela idéia de Deus como Pai. Já vai contra isso a proeminência da idéia do reino de Deus nos ensinos de Jesus. E se se disser que isto envolve apenas a idéia de uma especial e limitada realeza de Deus, pode-se replicar que a idéia da paternidade de Deus nos evangelhos está sujeita às mesmas restrições e limitações. Jesus não ensina uma paternidade universal de Deus. Além disso, o Novo Testamento também ensina a realeza universal de Deus em passagens como Mt 11.25; At 17.24; 1 Tm 1.17; 6.15; Ap 1.6; 19.6. Ele é igualmente Rei e Pai, e é a fonte de toda autoridade no céu e na terra, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
b. É um governo adaptado à natureza das criaturas que Ele governa. No mundo físico Ele estabeleceu as leis da natureza, e é por meio dessas leis que Ele exerce o governo do universo físico. No mundo mental Ele exerce o Seu governo mediatamente, por meio das propriedades e leis da mente, e imediatamente, pela direta operação do Espírito Santo. No governo e domínio dos agentes morais Ele faz uso de toda classe de influência moral, como as circunstâncias, os motivos, a instrução, a persuasão e o exemplo, mas também age diretamente, pela operação pessoal do Espírito Santo no intelecto, na vontade e no coração.
2. A EXTENSÃO DESTE GOVERNO. A Escritura declara explicitamente que este governo divino é universal, Sl 22.28, 29; 103.17-19; Dn 4.34, 35; 1 Tm 6.15. É realmente a execução do Seu propósito eterno, abrangendo todas as Suas obras, desde o princípio, tudo que foi, é e será para sempre. Mas, embora geral, desce também a particularidades. As coisas de maior significação, Mt 10.29-31, aquilo que é aparentemente acidental, Pv 16.33, as boas ações dos homens, Fp 2.13, como também as suas más ações, At 14.16 – tudo está sob o governo e direção de Deus. Deus é o Rei de Israel, Is 33.22, mas Ele também domina entre as nações, Sl 47.9. nada pode escapar ao Seu governo.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof)

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