segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Mestres

É evidente que, originalmente, os presbíteros não eram mestres. A princípio, na havia necessidade de mestres, separadamente, uma vez que havia apóstolos, profetas e evangelistas. Gradativamente, porém, a didaskalia (o ensino, a docência) ligou-se mais e mais estreitamente ao ofício episcopal; mas, mesmo então, os mestres não constituíram uma classe separada de oficiais. A declaração de Paulo em Ef 4.11, de que o Cristo assunto também dera à igreja “pastores e mestres”, mencionados como uma única classe, mostra claramente que estes dois não constituem duas diferentes classes oficiais, mas uma só classe com duas funções inter-relacionadas. 1 Tm 5.17 fala de presbíteros que trabalhavam na palavra e no ensino, e, conforme Hb 13.7, os hegumenoi eram igualmente mestres. Além disso, em 2 Tm 2.2 Paulo insta com Timóteo sobre a necessidade de nomear para ofício homens fiéis e também capazes de instruir a outros. Com o transcorrer do tempo, duas circunstâncias levaram a uma distinção entre os presbíteros ou superintendentes encarregados somente do governo da igreja, e os que também eram chamados para ensinar: (1) quando os apóstolos faleceram e as heresias surgiam e aumentavam, a tarefa dos que eram chamados para ensinar tornou-se mais exigente, requerendo preparação especial, 2 Tm 2.2; Tt 1.9; e (2) em vista do fato de que o trabalhador é digno do seu salário, os que estão engajados no ministério da Palavra, tarefa amplamente abrangente que requer todo o seu tempo, foram liberados doutros trabalhos para poderem devotar-se mais exclusivamente ao trabalho de ensinar. Com toda a probabilidade, os aggeloi (anjos) aos quais foram dirigidas as cartas enviadas às sete igrejas da Ásia Menor, eram os mestres ou ministros daquelas igrejas, Ap 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14. Nos círculos reformados (calvinistas), os ministros agora governam as igrejas junto com os presbíteros, mas, em acréscimo a isso, ministram a Palavra e os sacramentos. Juntos eles formulam os regulamentos necessários para o governo da igreja.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 588)

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