segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O GOVERNO REPRESENTATIVO DA IGREJA LOCAL E SUA AUTONOMIA RELATIVA

a. O governo representativo da igreja local. As igrejas reformadas e presbiterianas diferem, de um lado, de todas as igrejas nas quais o governo está nas mãos de um único prelado ou de um presbítero ou ancião presidente, e, de outro lado, daquelas nas quais o governo está com o povo em geral. Elas não acreditam em nenhum governo de um homem só, seja este um presbítero, um pastor ou um bispo; tampouco acreditam em governo popular. Elas elegem presbíteros regentes como seus representantes, e estes, juntamente com o(os) ministro(s), formam um conselho ou consistório para o governo da igreja local. Muito semelhantemente, os apóstolos eram guiados pelo respeitado costume de se terem presbíteros na sinagoga, e não por algum mandamento direto, quando ordenavam presbíteros nas diversas igrejas fundadas por eles. A igreja de Jerusalém tinha presbíteros, At 11.10. Paulo e Barnabé os ordenaram nas igrejas que organizaram durante a sua primeira viagem missionária, At 14.23. Evidentemente, havia presbíteros em ação em Éfeso, At 20.17, e em Filipos, Fp 1.1. As epístolas pastorais repetidamente fazem menção deles, 1 Tm 3.1, 2; Tt 1.5, 7. Merece atenção o fato de sempre serem mencionados no plural, 1 Co 12.28; 1 Tm 5.17; Hb 13.7, 17, 24; 1 Pe 5.1. Os presbíteros são escolhidos pelo povo como homens especialmente qualificados para governar a igreja. É evidente intenção da Escritura que o povo sempre tenha voz nas questões da seleção deles, embora não fosse assim na sinagoga judaica, At 1.21-26; 6.1-6; 14.23. Nesta última passagem, porém, a palavra cheirotoneo pode ter perdido o seu sentido original de designar estendendo a mão, e pode significar simplesmente designar. Ao mesmo tempo, é mais que evidente que o Senhor mesmo coloca estes governantes sobre o povo e os reveste da necessária autoridade, Mt 16.19; Jo 20.22, 23; At 1.24, 26; 20.28; 1 Co 12.28; Ef 4.11, 12; Hb 13.17. A eleição feita pelo povo é apenas uma confirmação externa da vocação interna feita pelo Senhor. Além disso, os presbíteros, embora representantes do povo, não derivam sua autoridade do povo, mas do Senhor da igreja. Eles exercem o governo sobre a casa de Deus, em nome do Rei, e são responsáveis unicamente perante Ele.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg.591)

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