quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Características da Santificação

1. Como se vê no item imediatamente anterior, a santificação é uma obra cujo autor é Deus, e não o homem. Somente os defensores do livre arbítrio, assim chamado, podem pretender que seja obra do homem. Nada obstante, ela difere da regeneração em que o homem pode e tem o dever de lutar pela santificação permanentemente crescente, utilizando os meios que Deus colocou a seu dispor. Isto é ensinado claramente na Escritura, 2 Co 7.1; Cl 3.5-14; 1 Pe 1.22. Os antinomianos coerentes perdem de vista esta importante verdade, e não sentem necessidade de evitar cautelosamente o pecado, uma vez que é santo com a santidade de Cristo.
2. A santificação tem lugar, em parte, na vida subconsciente, e, como tal, é uma operação imediata do Espírito Santo; mas também, em parte, dá-se na vida consciente, e, neste caso, depende do uso de certos meios, tais como o exercício da fé, o estudo da Palavra de Deus, a oração e a associação com outros crentes.
3. Normalmente, a santificação é um processo longo, e jamais alcança a perfeição nesta vida. Ao mesmo tempo, pode haver casos nos quais ela é completada num curto período de tempo, ou até num momento, como, por exemplo, nos casos em que a regeneração e a conversão são imediatamente seguidas pela morte temporal. Se pudermos partir do pressuposto de que a santificação do crente é perfeita logo depois da sua morte – e a Escritura parece ensinar isto, no concernente à alma – então, em tais casos, a santificação da alma deve completar-se quase imediatamente.
4. Ao que parece, a santificação do crente deve completar-se no exato momento da morte, ou imediatamente após a morte, no que se refere à alma, e na ressurreição, quanto ao concernente ao corpo. Isto parece decorrer do dato de que, por um lado, a Bíblia ensina que, na vida presente, ninguém pode arrogar-se liberdade do pecado, 1 Rs 8.46; Pv 20.9; Rm 3.10, 12; Tg 3.2; 1 Jo 1.8; e que, por outro lado, os que já partiram estão inteiramente santificados. Ela fala deles como “espíritos dos justos aperfeiçoados”,Hb 12.23, e como sem “mácula”, Ap 14.5. Ademais, é-nos dito que na celestial cidade de Deus de modo nenhum “penetrará cousa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira”. Ap 21.27; e que Cristo, na Sua vinda, “transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória”, Fp 3.21.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 535)

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