sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Causa Eficiente da Regeneração

Há somente três conceitos fundamentalmente diferentes a considerar, e todos os demais são modificações destes.
1. A VONTADE HUMANA. De acordo com a concepção pelagiana, a regeneração é unicamente um ato da vontade humana, e é praticamente idêntica à auto-reforma. Com algumas diferenças ligeiras, este é o conceito da teologia “liberal” moderna. Uma modificação deste conceito é a dos semipelagianos e arminianos, que a consideram, ao menos em parte, como um ato do homem, cooperando com influências divinas aplicadas mediante a verdade. Esta é uma teoria sinergista da regeneração. Estes dois conceitos envolvem uma negação da depravação total do homem, tão claramente ensinada na Palavra de Deus, Jo 5.42; Rm 3.9-18; 7.18,23; 8.7; 2 Tm 3.4, e da verdade bíblica de que é Deus que inclina a vontade do homem, Rm 9.16; Fp 2.13.
2. A VERDADE. Segundo este conceito, a verdade, como um sistema de motivos, apresentada à vontade humana pelo Espírito Santo, é a causa imediata da mudança da impureza para a santidade. Esta era a idéia de Lyman Beecher e de Charles G. Finney. Este conceito presume que a obra do Espírito Santo difere da do pregador apenas em grau. Ambos agem somente pela persuasão. Mas esta teoria é inteiramente insatisfatória. A verdade só poderá ser um motivo para a santidade se for amada, e o homem natural não ama a verdade, mas a odeia, Rm 1.18,25. Conseqüentemente, a verdade, apresentada externamente, não pode ser a causa eficiente da regeneração.
3. O ESPÍRITO SANTO. O único conceito adequado é o da igreja de todos os séculos, de que o Espírito Santo é a causa eficiente da regeneração. Significa que o Espírito Santo age diretamente no coração do homem e muda sua condição espiritual. Não há nenhuma cooperação do pecador nesta obra. É obra do Espírito Santo, direta e exclusivamente, Ez 11.19; Jo 1.13; At 16.14; Rm 9.16; Fp 2.13. Então, a regeneração deve ser concebida monergisticamente. Só Deus age, e o pecador não participa em nada desta ação. Isto, naturalmente, não significa que o homem não coopera com o Espírito de Deus nos estágios posteriores da obra de redenção. É mais que evidente na Escritura que o faz.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 471)

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