sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Necessidade da Regeneração

1. A NECESSIDADE É NEGADA PELA TEOLOGIA “LIBERAL” MODERNA. A necessidade da regeneração, como é entendida pela igreja cristã, é naturalmente negada na teologia “liberal” moderna.* Choca-se com o ensino de Rousseau, de que o homem é bom por natureza. Qualquer mudança radical ou qualquer virada completa ocorrida na vida de um homem, que é essencialmente bom, seria uma mudança para pior. Os “liberais” falam em salvação pelo caráter, e a única regeneração que reconhecem é uma regeneração concebida como “um passo vital no desenvolvimento da vida espiritual, um radical reajustamento aos processos morais da vida” (Youtz). Muitos ensinam uma série de renovações éticas. Diz Emerton: “O caráter assim obtido, comprovado e firmemente mantido, é redenção. Não há outra definição do termo que valha a pena. É a redenção do ser inferior do homem mediante o domínio exercido pelo seu ser superior. É o espiritual redimindo o material, o divino que há em todo homem redimindo o animal”.
2. DECORRE DO QUE A ESCRITURA ENSINA A RESPEITO DA CONDIÇÃO NATURAL DO HOMEM. A santidade ou conformidade com a lei divina é a condição indispensável para a segura obtenção do favor divino, para chegar à paz de consciência e para gozar comunhão com Deus, Hb 12.14. Ora, por natureza, a condição é, segundo a Escritura, tanto na disposição como nos atos , exatamente o oposto daquela indispensável santidade. O homem é descrito como morto em delitos e pecados, Ef 2.1, e esta condição requer nada menos que uma recuperação da vida. Uma mudança interior radical é necessária, uma mudança que altere toda a disposição da alma.
3. A ESCRITURA A AFIRMA EXPRESSAMENTE. A Escritura não nos deixa em dúvida acerca da necessidade da regeneração, mas, antes, afirma essa necessidade nos mais claros termos. Diz Jesus: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”, Jo 3.3. Esta declaração do Salvador é absoluta e não deixa lugar para exceções. A mesma verdade é exposta com clareza nalgumas das declarações de Paulo, como, por exemplo, em 1 Co 2.14: “Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entende-las porque elas se discernem espiritualmente”; Gl 6.15: “Pois nem a circuncisão é cousa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura”. Cf. também Jr 13.23; Rm 3.11; Ef. 2. 3, 4.
(Teologia Sistemática – Louis Berkhof. Pg. 471)

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