sexta-feira, 27 de junho de 2014

Regeneração e Vocação Eficaz

A. Termos Bíblicos Para a Regeneração e Suas Implicações.
1. OS TERMOS QUE ENTRAM EM CONSIDERAÇÃO. O vocábulo grego para “regeneração” (palingenesia) só se acha em Mt 19.28 e Tt 3.5, e somente nesta última passagem se refere ao início da nova vida do cristão individual. A idéia deste início é mais comumente expressa pelo verbo gennao (com anothen em Jo 3.3), ou seu composto anagennao. Estas palavras significam, ou gerar, gerar de novo, ou dar à luz, dar nascimento, Jo 1.13; 3.3, 4, 5, 6, 7, 8; 1 Pe 1.23; 1 Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1, 4, 18. Numa passagem, a saber, Tg 1.18, é empregada a palavra apokyeo, dar à luz, gerar, produzir. Ademais, a idéia da produção de uma nova vida é expressa pela palavra ktizo, criar, Ef 2.10, e o produto desta nova criação é chamada kaine ktisis (nova criatura), 2. Co 5.17; Gl 6.15, ou kainos anthropos (novo homem), Ef 4.24. Finalmente, o termo syzoopoieo, dar vida com, vivificar com, também é empregado num par de passagens, Ef 2.5; Cl 2.13.
2. IMPLICAÇÕES DESTES TERMOS. Estes termos levam consigo várias implicações importantes, para as quais se deve dirigir a atenção. (a) A regeneração é uma obra criadora de Deus e, portanto, é uma obra na qual o homem é puramente passivo, e na qual não há lugar para cooperação humana. Este é um ponto muito importante, visto que salienta o fato de que a salvação é totalmente de Deus. (b) A obra criadora de Deus produz uma vida nova, em virtude da qual o homem, vivificado com Cristo, participa da vida ressurreta e pode ser chamado nova criatura, havendo sido criado “em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”, Ef 2.10. (c) Devemos distinguir dois elementos da regeneração, quais sejam, geração ou produção da nova vida, e o dar à luz ou o nascimento, pelo qual a nova vida é trazida à luz, retirada das suas recônditas profundezas. A geração implanta o princípio da nova vida na alma, e o novo nascimento faz que este princípio se ponha a afirmar-se em ação. Esta distinção é de grande importância para o exato entendimento da regeneração.
(Teologia Sistemática – Lois Berkhof. Pg. 462)

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