sábado, 26 de janeiro de 2013

O PODER DA IGREJA - O MINISTÉRIO ORDINÁRIO DE BENEFICÊNCIA DA IGREJA

Claramente o Senhor tencionava que a igreja cuidasse dos pobres. Ele fez alusão a este dever quando disse aos Seus discípulos: “Porque os pobres sempre os tendes convosco”, Mt 26.11; Mc 14.7. Por meio de uma comunhão de bens, a Igreja Primitiva providenciou para que a ninguém faltasse nada do necessário para a vida, At 4.34. não é impossível que os neoteroi (moços) de At 5.6, 10 fossem os precursores dos diáconos posteriores. E quando as viúvas dos gregos estavam sendo negligenciadas na ministração diária, os apóstolos providenciaram para que sete homens bem qualificados fossem encarregados daquele serviço necessário, At 6.1-6. Eles deviam “servir às mesas”, o que parece significar, neste contexto, superintender o atendimento às mesas dos pobres, ou providenciar uma divisão eqüitativa das provisões que eram postas nas mesas. Diáconos e diaconisas são mencionados repetidamente na Bíblia, Rm 16.1; Fp 1.1; 1 Tm 3.8-12. Além disso, o Novo Testamento contém muitas passagens que instam sobre a necessidade de se fazerem ofertas ou coletas para os pobres, At 20.35; 1 Co 16.1, 2; 2 Co 9.1, 6, 7, 12-14; Gl 2.10; 6.10; Ef 4.28; 1 Tm 5.10, 16; Tg 1.27; 2.15, 16; 1 Jo 3.17. Não pode haver dúvida quanto ao dever da igreja nesta questão. E os diáconos são os oficiais incumbidos da responsabilizante e delicada tarefa de realizar o trabalho da beneficência cristã com referência a todos os necessitados da igreja. Cabe-lhes planejar métodos e meios para coletar os necessários fundos, devem responsabilizar-se pelo dinheiro coletado, e devem providenciar a sua prudente distribuição. Contudo, o seu trabalho não se limita a este oferecimento de auxílio material. Eles devem também instruir e consolar os necessitados. Em todo o seu trabalho, eles devem considerar seu dever aplicar os princípios espirituais quando estão dando cumprimento ao seu dever. É de temer que, lamentavelmente, esta função esteja sendo negligenciada em muitas igrejas hoje. Há a tendência de partir da suposição de que se pode deixar que o estado supra as necessidades até dos pobres da igreja. Mas, ao agir com base nesse pressuposto, a igreja negligencia um dever sagrado, empobrece a sua vida espiritual, priva-se da alegria que se experimenta ao atender às necessidades dos que padecem carência, e priva os que estão passando por dificuldades, os que se vêem em condições deprimentes, e os que muitas vezes caem no mais completo desânimo, da consolação, da alegria e do fulgor das ministrações do amor cristão, em regra inteiramente alheias às obras de caridade administradas pelo estado.
(Berkhof, L – Teologia Sistemática, Pg. 603)

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