terça-feira, 1 de janeiro de 2013

OS QUE DEVEM SER EXCLUÍDOS DA CEIA DO SENHOR

Desde que a Ceia do Senhor é um sacramento da igreja e para ela, segue-se que os que estão fora da igreja não podem participar dela. Mas é necessário estabelecer mais limitações. Nem todos os que se acham na igreja podem ser admitidos na mesa do Senhor. Devemos notar as seguintes exceções:
a. As crianças, embora tenham tido permissão para comer a páscoa nos tempos do Velho Testamento, não podem ter permissão para participar da mesa do Senhor, visto não poderem satisfazer as exigências que se requerem para uma participação digna. Paulo insiste na necessidade de exame próprio antes da celebração, quando diz: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice”, 1 Co 11.28, e as crianças não são capazes de examinar-se a si mesmas. Além disso, ele assinala que, para uma digna participação da Ceia, é necessário discernir o corpo, 1 Co 11.29, isto é, distinguir apropriadamente entre os elementos utilizados na Ceia do Senhor e o pão e o vinho comuns, reconhecendo aqueles elementos como símbolos do corpo e do sangue de Cristo. E isso também está além da capacidade das crianças. Somente depois de terem elas atingido a idade da discrição é que poderão participar da celebração da Ceia do Senhor.
b. Os descrentes que acaso haja dentro dos limites da igreja não têm direito de participar da mesa do Senhor. A igreja já deve exigir de quantos desejam celebrar a Ceia do Senhor uma confiável profissão de fé. Naturalmente, ela não pode enxergar o íntimo do coração, e só pode basear seu julgamento a respeito de um candidato à admissão, em sua confissão de fé em Jesus Cristo. É possível que ocasionalmente admita hipócritas aos privilégios da plena comunhão, mas tais pessoas, se participarem da Ceia do Senhor, somente comerão e beberão juízo para si mesmas. E se a sua descrença e irreligiosidade se evidenciar, a igreja terá que excluí-las pela adequada aplicação eclesiástica. É preciso defender a santidade da igreja e do sacramento.
c. Nem mesmo os crentes verdadeiros podem participar da Ceia do Senhor em toda e qualquer condição e em toda e qualquer disposição mental. A condição da sua vida espiritual, sua consciente relação com Deus, e sua atitude para com os seus irmãos em Cristo podem ser tais que os desqualificam a envolver-se em exercícios espirituais do nível da celebração da Ceia do Senhor. Isso está claramente implícito no que Paulo diz em 1 Co 11.28-32. havia práticas entre os coríntios que faziam da sua participação na Ceia do Senhor um escárnio. Quando uma pessoa se sente conscientemente alheia ao Senhor ou aos seus irmãos, não tem lugar próprio em uma mesa que fala de comunhão. Contudo, é preciso estabelecer explicitamente que a falta de certeza da salvação não impede necessariamente alguém de vir à mesa do Senhor, visto que a Ceia do Senhor foi instituída com o propósito de fortalecer a fé.
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA: 1. Pode-se provar que a Ceia do Senhor tomou o lugar da páscoa do Velho Testamento? 2. Como? 3. É permissível cortar o pão em pequenos pedaços antes da ministração da Ceia do Senhor, e utilizar cálices individuais? 4. Que é que a expressão “presença real” significa em conexão com este sacramento? 5. A Bíblia ensina essa presença real? 6. Se ensina, favorece ela a idéia de que a natureza humana de Cristo está presente no estado de humilhação, ou no de glorificação? 7. Que pretende a doutrina reformada (calvinista) da presença espiritual? 8. O discurso de Jesus registrado em Jo 6 refere-se realmente à Ceia do Senhor? 9. Como Roma defende a celebração da Ceia do Senhor com uma espécie? 10. Como surgiu a concepção da Ceia do Senhor como sacrifício? 11. Que objeções existem a essa noção? 12. “Comer do corpo” equivale simplesmente a crer em Cristo? 13. É defensável a comunhão aberta a todos?
BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA: Bavinck, Geref. Dogm. IV, p. 590-644; Kuyper, Dict. Dogm., De Sacramentis, p. 158-238; Vos, Geref. Dogm. V, De Genademiddelen, p. 134-190; Hodge, Syst. Theol. III, p. 611-692; Dabney, Syst. and Polem. Theol., p. 800-817; Bannerman, The Church Christ II, p. 128-185; Cunningham, The Reformers and the Theology of the Reformation, p. 212-291; Valentine, Chr. Theol. II, p. 335-361; Schmid, Doct. Theol. of the Ev. Luth. Ch., p. 558-584; Browne, Exposition of the Thirty-Nine Articles, p. 683-757; Litton, Introd. To Dogm. Theol. p. 464-532; Cabdlish, The Christian Salvation, p. 179-204; Pieper, Christ. Dogm. III, p. 340-458; Pope, Chr. Theol., III, p. 325-334; Wilmers, Handbook of the Chr. Rel., p. 327-349; Moehler, Symbolism, p. 235-254; Schaff, Our Fathers’ Faith and Our, p. 322-353; Otten, Manual of the Hist. Of Dogma II, p. 310-337; Hebert, The Lord’s Supper (dois volumes), cf. índice; Ebrard, Das Dogma vom Heiligen Abendmahl, cf. índice; Calvin, Institutes, Livro IV, capítulos 17 e 18; Wielenga, Ons Avondemaalaformulier; Lambert, The Sacraments in the New Testament, p. 240-242; MacLeod, The Ministry and Sacraments of the Church of Scotland, p. 243-300.
(Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg662)

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